Pois ela armou uma cama com o cortinado azul acqua atrás das estantes, protegida da chuva e sereno, a minha cabana literária que eu chamei de minha casa tantos dias. Mas a primeira noite eu passei nessa casa. A Mirtes tem um terrreno enorme no meio do mangue, que eu confundo tantas vezes e chamo de pântano, marrecage, e nele construiu umas sete casas de nativo, uma mais interessante do que a outra. E aluga essas casas. São de telhado de folha de palmeira seca, não tem paredes ou tem só nos quartos, e algumas casas são sobre as árvores ou palafitas e outras, como essa que eu estou, são bem gtandes e com areas internas espaçosas e arejadas. Parecem casas de indio. Mas você vai andando por aqui e vê que é realmente assim que eles vivem, os nativos, mas é claro, num esquema bem mais simples. Ainda.
Mirtes, tenho que concentrar, a menina, minha amiga que ficou em Morro, tennta me seduzir com gatinhos e caipirinhas. Ela me liga e diz, olha, já marquei o seu trajeto de volta prá Morro de São Paulo, você fica aqui em casa, a gente arma tudo, tem um monte de gatinhos gringos e caipifrutas. Ela quer me convencer de ir para um lugar para o outro por causa de gatos gringos e caipifrutas. Imagine. Eu querendo ficar sozinha para escrever algo sobre um novo trabalho, aproveitar minhas férias para parar de beber caipifrutas, e fugir de namorico. E que gringo o quê, sai prá lá com gringo, eu hein.
Ouço vozes, abro a janela do meu quartinho, que dá para a sala ou área comum, fecho de novo rapidamente. É o fotográfo. Quase bato a janela praguejando, demônio, que eu queria ficar quieta, sozinha, agora abro a porta sorridente, quem disse que lembro que tenho um trabalho, que me propus a me concentrar, o homem está lá na minha frente, como você veio parar aqui?, entrei, pergunto, Você está hospedado aqui? Sim, com mais dois amigos. Olho os amigos em volta e só vejo um. Enorme, e duas vezes ainda mais bonito. Quando digo bonito, é bonito mesmo, com todos os temperos que a palavra pode produzir. De dar água na boca. Praguejei em silêncio de novo, agora não tem jeito, pensei, eita faro!
Até quando vocês ficam? Até amanhã de manhã. Graças a Deus, pensei, tão longe tão perto, perigo…Aonde você mora? Eu pergunto para o mais gato, Ipanema, na Vinicius. Bingo. Nos vemos na volta.
E estou escrevendo até agora. Concentrada. Fazendo aquilo que me propus. Por mais que as tentações sejam grandes, estou aqui seguindo. Apesar dos mineiros. Pois é, eles entraram, invadiram a minha vida. E agora eu volto para a casa, com a maior galera de mineiros que eu já conheci na minha vida. Todos são artistas, todos tem algo a dizer, hoje de manhã, todo mundo tocou violão, um pintou. Todo mundo tem musica nova, trabalhos sendo feitos, escrevem poesias, cantam seus próprios trabalhos e o dos outros. Os mineiros são um capítulo a parte. Tem que explicar separado. Estou enamorada de Minas. Na Bahia.
Boa noite, preciso urgentíssimo do telefone do Arcadio, seria possível conseguir para mim? Qualquer contato me informe no celular 71 92535272 ou no email mitchellssa@gmail.com, grato!!
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