quarta-feira, 30 de março de 2011

l'amour fou

la complicité, la passion..
le droit d'etre heureux..

que transforma esse universo,
de uma missão que já existe,
as vezes tenho plena certeza, mas outras não.
viver é um estado de espirito que muda constantemente,
eu sei que o mundo novo virá todo dia,
mas todo dia é dia de ser cada vez mais,
e mais eu tenho a dívida de quanto,
do tanto que podemos ser felizes nessa busca.
isso existe? existe felicidade no caminho da realização,
ou independe de um futuro por vir mas sim, daquele passado
que ninguém lembra. um presente de alento,
um carinho que atravessa os tempos,
passando a mão nos nossos rostos, curando nossas feridas..
fingindo esconder nossa solidão incessante.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Daniela Procopio – Realidade, Trabalho e Coletivo.


No meu mundo ideal, arte e artistas se unem em prol do bem coletivo. A música deve ser usada como elemento transformador nas pessoas.

O meu trabalho de hoje é visto através da repaginação de um conteúdo tropical, brasileiro, minha interpretação pessoal sobre a brasilidade, sob uma ótica feminina.

O terceiro milênio é feminino, é a valorização total da mulher. Meu trabalho é a tentativa de contribuir de forma singela sobre esse foco que vai além da discussão do feminismo, que foi um marco, uma necessidade histórica de “queimar o sutiã”. Elas tiveram que reafirmar uma condição de desbravamento de espaço. Aqui não se discute mais isso, vai-se além. O terceiro milênio supera isso. A musicalidade está na vanguarda da modernidade. O resgate de um ponto de equilíbrio. Eu já nasci uma mulher feminista, uma mulher autônoma, ditando as regras da minha realidade. A musicalidade representa a afirmação do feminino sem desprezar as conquístas históricas que ja foram feitas, da mulher. Existem realidades de mulheres que ainda precisam reafimar seus direitos e se aceitar. Estamos na vanguarda da vanguarda, eu e as mulheres brasileiras antenadas, conscientes e informadas, nós vivemos a consequência dessa "queima do sutiã".

Eu parto do princípio de que a realidade já é. As mulheres brasileiras modernas estão vivendo o momento do pós-conquista. A liberdade de escolha. Isso está demostrado em cada ato meu, a minha interpretação da vida. A música é uma extensão da minha morada. Musicalidade e design. A arte não está só na música, está no material gráfico que eu preparei, a essência, arte grafica e música, para mim, são complementares. Imagem e música. Equilibrio com saúde e esporte. Complementariedade de arte por toda parte. Está no meu dia a dia, o que passo pela música.

Acho que a arte começa dentro de cada um, mas a maior e melhor consequencia disso é quando ela transborda da gente e transforma-se em coletivo. Deixando de ser “eu” e passando a ser “nós”. O começo de uma maturidade musical me fez dar importância ao coletivo e repensar o sentido da minha musicalidade. E da minha vida. Essa busca resultou também no começo de um trabalho com num grupo de amigos músicos que se reunem para desenvolver um trabalho com personalidade grupal dentro de um contexto coletivo, valorizando a contribuição pessoal de cada um. Estou falando dos Animais. Estamos começando a desenvolver um show.

Meus trabalhos sempre buscam o foco no feminino. No primeiro CD houve o nascimento desse meu conceito interno e feminino com a sua natureza e conteúdo místico, sensorial. Agora no segundo trabalho solo, o “Gueixa Tropical”, criei um universo, seguindo a mesma linha do tropicalismo, mas que toma conta de si e se relaciona com o mundo externo. A história se constrói e ela acorda de um universo lúdico e virgem para um mundo em que há um duplo sentido entre a concretude, o cotidiano da vida e o imaginário que é próprio de sua natureza.

Amar a liberdade sem moldar ou tentar moldar o destino ou personalidade de cada um. Amar o novo e respeitar o diferente. Isso é modernidade.

A Gueixa tenta esconder sua realidade através de um manto lúdico, como várias vezes fazemos com nossas próprias vidas. Mas agindo assim, ela não consegue resgatar esse passado e trazê-lo para o presente, porque ela finalmente compreende que a concretude é a simbiose entre o lúdico e a própria realidade. E o caminho verdadeiro sempre é o da construção e desenvolvimento de uma vida de abundância e felicidade.

segunda-feira, 21 de março de 2011

a gueixa depois da tragédia.

Com o terremoto, com o tsunami, finalmente desisti das questões que lutei por tantos anos mas que nunca me fizeram ser feliz de verdade. Desisti de lidar. Desisti de querer ter o que não me quer por perto afinal. Sinto-me vazia mas ao mesmo tempo leve. Com a sensação de ter tentado fazer o impossível ser possível. De mundos que se acambam em momentos, não se faz uma montanha, não se faz um exército unido, não se constrói uma nação forte. Preciso achar um porto para chegar, um pasto para plantar e um lugar de montanha para ver meu horizonte novo. Pois sinto um oceano azul dentro de mim e preciso desaguá-lo em volta do no meu novo mundo. Minha nova vida.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dona de casa chorona. (...) para G.

e quando a gente pede muito...chega o carnaval.

prá lembrar que somos filhos de deus. que tudo passa.

é manhã. do dia seguinte. estou saindo prá reunião. sobrevivi. ou nasci outra.

.


Rogério foi embora. Minha vida mudou. Sem Rogério, que trabalhou anos comigo, cuidando de mim, Rogério é/foi a única pessoa que cuidou de mim nessa vida. Não sei o que vou fazer, me sinto o mais infeliz dos seres, abandonado, feito esse cisne, frágil, indefeso, fraco, triste. Só.Tenho reunião amanhã as nove em ponto no centro da cidade, tenho que instalar meu computador para terminar o projeto gráfico do CD do Marquinho, to comendo uma torrada com pesto, que fiz, modéstia parte tá maravilhoso, o meu talismã, que me faz sorrir, foi embora prá longe de mim, foi prá Inglaterra, vai terminar lá no Irã, o maluco, volta sei  lá quando. Olhando com o rosto apoiado sobre as mãos, a mata escura na minha frente, ouvindo os sons, mole que estou de andar o dia todo atrás de uma oficina que concertasse meu para choque, coisas que Rogério sempre fez, lá fui eu fazer, não.. Está tudo bem, meus amigos estão bem. Eles ligam, eles ligam. São 11:11 PM. Eu me sinto anestesiada. Não digo nem que sim, nem que não. Não sei descrever. É como se tivesse um vácuo em volta de mim. O que vai ser. Acho que posso começar a tentar reagir num futuro próximo, fazendo uma outra rapa de coisas que tem coisa prá chuchu aqui em casa. Penso nas camisetas que comprei em Punta Del Leste, camisetas de alcinha e rendinha nas pontas, para malhar, já estão velhinhas, essas eu vou dar. Os biquinis...os biquinis..tem os biquinis de tomar sol, que são todos de lacinho. Branco ou cru. Tem os biquinis que coloco no verão, antes de malhar de manhã, na esperança de conseguir dar um mergulho antes de voltar para casa. Ou na sauna que eu nunca mais fiz na Estação. A gente é muito louco, falo no coletivo porque hoje eu me sinto tão só que seria essa minha única salvação. Não por falta de convites, de afagos.. Digo dessa coisa que a gente sente, que é uma falta de algo que nunca tive. É como se eu desse um grito que não saísse. É a última carta do tarot. Cai a ficha, minha casa, minha casa, olho em volta, o que acontece com os teckados molhados, as pontas das unhas fazem um som bonito, eu gosto. Estou frágil, estou só, totalmente só. Estáticamente só. Uma lágrima cai sobre aminha coxa esquerda, a direita ta apoiada no joelho, pé na cadeira. Balanço a cabeça, desculpa não aceitar seu convite, seu afago, eu me apaixonei por outra pessoa, que vai prá tão longe, está indo agora, que tem que ir, como não ir. Não sei o que há comigo. Bato meus dedos na mesa, no teclado, minha casa já não é a mesma, eu não sou a mesma. Olho eu elefante de bunda prá mim, que minha avó me deu em Saint Barthelemy, ela já não é a mesma, sinto falta de família, não imagina tudo isso, como surfar só nessa imensidão? Do que, de como essas conexões, como é que existe, descolada, esse mundo é duro. A minha natureza é de reverse e penso que apesar de tudo, eu como uma torrada com o pesto que fiz na minha casa. Se eu estivesse em Moreré eu jamais teria comido uma torrada com pesto. E assim lembrei de um carangueijo gigante subindo a parede, nunca imaginei que carangueijo subisse parede..era de folha seca de coqueiro, amarradas, mas do lado da minha cama, e se caísse em mim? Um duelo com a patachoca, porque era o dia da caminhada da patachoca, a fêmea do guaiamum, que sai do mangue e vai para a praia. A força dessa fêmea, ela ia atingir e atingiu o seu objetivo. E passou por mim, eu achei estranho, quase assutador, mas entendi a natureza, que passassem naquela manhã, tantos carangueijos daquele tamanho, um fenômeno de se ver. É a força da natureza. E eu fui tomar um suco da luz de manhã, junto com ele e minha segunda mãe. Errei o caminho que faço todo dia. Acho que estou gostando de uma pessoa que foi para o outro lado do mundo e depois vai inúmeras vezes para vários lugares do mundo. e não tenho a menor probabilidade de saber o que vai ser. Então só de revolta, só de atitude, também não quero saber quando volta, não quero saber se depois disso volta para América do Sul e vai para o sul da América do Sul. Não é síndrome do impossível, é a cabeça, que eu gosto. Agora ele me pergunta se eu tô feliz. Deve ser porque eu griteva outro dia no telefone, eu quero ser feliz, agora não páro de rir, virou um mote, as vezes eu páro na rua, com ele, dou uma volta no cabelo, digo eu quéeeeero ser feliz, a gente ri. Ele ainda é desses que acham que temque girar o mundo prá ser feliz. Tem um espirito inquieto, me sinto um poço de geléia doce, caseira, quando penso em como ele é. Será que queremos isso? Gostaria demais de ouvir o piano tocar agora. Por mais que eu tenha pulado nos teclados,  o Kiko Continentino não tá aqui prá tocar, o Daniel Jobim, enfim...a Delia Fischer, enfim...não dá prá tocar piano, eu não tô louca. Deixa comigo o design, deixa comigo...eu quero é ser feliz. Lembro da patachoca, tenho vontade de chorar mais uma vez.  12:12 AM. Tenho que dormir. O homem voando, voando 2, os afagos e carinhos, o carnaval. A minha vida. O carnaval. Seja o que Deus quiser. Mas antes, passando pelo meu crivo. Apenas sono, pega, e cama. Claro que amanhã é outro dia. Acho que esse mundo é muito louco prá mim, muito louco. Queria mais calmo, mais comum.

terça-feira, 1 de março de 2011

isso é a verdade. isso é arte pura, sem fantasia. arte não é fantasia. arte é a verdade da vida.


mas e aí, me diz, quantas vezes você já não se sentiu assim..

meu blog é uma viagem, completamente fora e diferente da minha realidade diária. eu piro e saio de mim mundana, subo e desço a hora que eu quiser.


quando é muito caras e bocas, muito tchu-tchu-tchu, não dá certo não. o cara geralmente joga no mesmo time que você, as moças daquele time meio raso, falando alto. não dá certo. procure gente que olha no olho, gente autêntica, a pessoa para ser amiga, ela tem que ter bom caráter, ela tem que ver o outro. senão quando a gente vê, se enche de pscicopata em volta, tudo doido, com aquele brilho de faca no olho, querendo tomar a energia vital da gente.