quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

hoje acordei perdida. numa quinta feira acordei perdida. são as televisões, as tele-visões, as micro-visões, as visões do todo. e olho a pedra gigantesca pela janela, é gigantesca mesmo, um dos maiores monolitos a beira mar do mundo, eu moro atrás dele, de saída para o mar, como uma barca apontada para o futuro. o horizonte se espalha e vai abrindo, furando com a ponta de muita ousadia, e força. minha não. estou fraca como um passarinho, que por mais forte que seja, parece-me frágil. como eu. sinto qualquer coisa hoje como se fosse o primeiro e último dia. poderia morrer daqui a pouco. deixaria muita gravação nos meus computadores, de vozes, estudos. mas isso é a ilusão de mais um dia, um dia que sinto-me perdida, numa tonteira. posso ter vontade de sair por aí mas o vento pode bater demais demais em minha pele e eu não sei o que pode acontecer. graças a deus não tenho ensaio, gravação, aula, treino, graças a deus não tenho nada combinado. nem de fugir eu tenho vontade. nem quero. se não estivesse assim, provavelmente estava comendo o mundo como sempre faço. sentindo presente, saboreando passado e recebendo o futuro de presente. depois de tudo, lembro que esse ano terei uma festa de natal. acho bonito a ceia nas casas bonitas. não me vem com essa idéia de que sou comunista, ou revoltada, nada disso, a gente tem os talheres que o destino dá. mas eu tenho pena das pessoas. o que você quer que eu faça. não é possivel que você só seja rei e nunca tenha sido mendigo para saber. você pode ser um phycho, daí jamais vai saber. nesse ano vai ter a noite com tudo aquilo, os vermelhos e verdes, pratos, travessas, deve ter uma arvore, mas tomo como um lindo presente. já são dois carnavais, ops natais, pensando nessa gente que não tem. no meu jejum e de como eu não tive. e qual a diferença do rei e do mendigo? eles nos fazem ver as pessoas de dois ângulos. inclusive nós mesmos. nesses anos agradeci pela companhia dos que estão sempre comigo. olhei muitas vezes o cristo redentor e num presente de visão, se cobriu com o corpo de nuvens, depois a cabeça, e num jogo rápido, voltou a brilhar. se a gente presta atenção na natureza ela diz muito! seu movimento é o certo. sua aprovação é que importa. andar no mesmo movimento da natureza. isso deve ser a felicidade. a vida das pessoas não tem que ser todas iguais, um dia se tiver um filho ou filha, de coração ou sangue, quero que eles se amem e não esperem a resposta das pessoas, porque isso é algo que não se tem defesa, então faça só sua parte. eu gostaria que eles tenham nascido saudaveis de mente e coração limpo, essas pessoas são raras mas existem, junte-se a elas. não se sintam ofendidos pelo medo e inveja de ninguém. comemorem em segredo ou com amigos de verdade. o mundo ainda não suporta a felicidade alheia, pena, pena, pena. sempre que sentir uma alegria ofereca-a para o cosmo. dançe. seja livre e saiba que a liberdade tem um preço que vale a pena pagar se for ao encontro com teus principios. a vida é um pingo d'água e a maior oportunidade que você pode ter é de criar e se desenvolver com amigos e filhos, seus projetos e realizar seus sonhos. tenham confiança na fé, que ela existe. perdoe os infelizes. acredite que você pode virar o jogo e fazer uma história diferente. eu nunca vou abandoná-los. mas hoje é carnaval e quem sou eu? estou no passado ainda. mas volto logo porque a gravação do encontro com brown ta aqui no itunes esperando para sair por aí, quero escrever alguma coisa sem nada de compromisso, hoje estou assim, quase morta e feliz. leve e fragil como um passarinho.

kundalini de cada um

é uma coisa doida escrever uma história. ela se confunde com a sua. as vezes não tem final, os finais mudam de caminho. não sabia que essa moça tinha virado domadora de cavalos. não sabia que tinha fugido para o circo. mas é tão claro. tenho paixão por carrosséis. uma noite na frança, fui detida por invadir um. no cavalo, as cores, o sentimento da criança pura e amada. todas as crianças deveriam ser amadas. adoro os penachos do cavalo do circo, das paradas da disney ou da rainha da inglaterra. é a lembrança que tenho, a menina de collant brilhante fazendo seu número com os cavalos brancos rodando no picadeiro, ela correndo no chão, de repente subia, presa por um cabo de aço, pulava no lombo do animal, esticava as penas e braços, flutuava. dali ja pulava para outro bicho, rodopiava, voltava para o chão de novo. eu nunca mais esqueci dessa cena. não me lembro, foi em são paulo talvez, com quem não sei. talvez com meu pai. ainda não vem, e talvez não importe, como ela foi parar no circo intinerante. por quê foi embora? ser artista.