Fico pensando que não adianta lutar contra o inevitável da vida. Tem que se render a isso e deixar que ele passe e você fique. Como uma onda do mar, quando a gente mergulha e ela passa, ninguém detém uma onda. Não dá pra lutar contra a raiva enraizada no coração dos homens. Sabe-se lá por quê? De repente não somos nem o motivo real, mas nossa simples presença lembra ou remete à sensações não tão nobres do outro ser.
Não dá para deter a corrente de sentimentos de raiva, revolta ou mágoa de alguém. Ela é antiga, não é de agora, tem fundamentos cármicos. É muito forte. Nem mandando amor, nem mandando flores.
Quando a pessoa sente raiva, ela já tem um dispositivo que deve ter sido acessado inúmeras vezes e já é um botão viciado, que aciona no automático, um sentimento muito forte, que não tem como se combater. Não acaba. Essas pessoas tem dificulade de aprender a perdoar. Para desenvolver e se livrarem desse peso que envelhece e cega. Gente com muito ego se sente ofendida.
É triste. Mas é a realidade, e dela eu não fujo mais. Porque nela estão a verdades. Olha a chuva no molhado. Mas é. Só aqui posso separar as verdades que não são minhas, que são expectativas e projeções dos outros e fico mais leve. Eu tinha medo de descobrir a loucura e maldade dos outros porque não aceitava não ser amada pelas pessoas óbvias da minha vida. Coisas que provavelmente, certamente, eu fiz e estão se resolvendo, e estou tendo a oportunidde de encará-los e deixá-os passarem por cima de mim. Vivendo, aprendendo, tirando lições e deixando passar. Como uma onda mesmo. Aprendi com a maré de Moreré. É uma dedicação, um exercício de deságue, a análise profunda do por trás das coisas, mas dá certo. Vai-se na fonte, o processo de cura, principalmente das cármicas, tem que acontecer assim. A realidade é minha melhor amiga, minha aliada e me dá muitos talheres a mais que as espectativas e sonhos. Olhar no olho das pessoas e ver quem elas são porque tivemos coragem de libertar e conhecer a a nós mesmos. Essas pessoas são nossos espelhos, eu me vejo em cada um, já não sou tão una. Sinto uma pontada de cólica e acho que mesntruei. Uns dias antes, será? Experimento a mim mesma e, de leve, toco a pontinha da página do livro. Eis a prova digital! Abrirei a porta do quartinho que dá prá sala e chamarei Linda! Mas ela está tocando com o Vô e o Pedro, outro português fora a Linda. Uma chuva danada, caindo agora, eu deveria ter me precavido ontem. Mas a Linda me salvou.
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