segunda-feira, 28 de março de 2011
Daniela Procopio – Realidade, Trabalho e Coletivo.
No meu mundo ideal, arte e artistas se unem em prol do bem coletivo. A música deve ser usada como elemento transformador nas pessoas.
O meu trabalho de hoje é visto através da repaginação de um conteúdo tropical, brasileiro, minha interpretação pessoal sobre a brasilidade, sob uma ótica feminina.
O terceiro milênio é feminino, é a valorização total da mulher. Meu trabalho é a tentativa de contribuir de forma singela sobre esse foco que vai além da discussão do feminismo, que foi um marco, uma necessidade histórica de “queimar o sutiã”. Elas tiveram que reafirmar uma condição de desbravamento de espaço. Aqui não se discute mais isso, vai-se além. O terceiro milênio supera isso. A musicalidade está na vanguarda da modernidade. O resgate de um ponto de equilíbrio. Eu já nasci uma mulher feminista, uma mulher autônoma, ditando as regras da minha realidade. A musicalidade representa a afirmação do feminino sem desprezar as conquístas históricas que ja foram feitas, da mulher. Existem realidades de mulheres que ainda precisam reafimar seus direitos e se aceitar. Estamos na vanguarda da vanguarda, eu e as mulheres brasileiras antenadas, conscientes e informadas, nós vivemos a consequência dessa "queima do sutiã".
Eu parto do princípio de que a realidade já é. As mulheres brasileiras modernas estão vivendo o momento do pós-conquista. A liberdade de escolha. Isso está demostrado em cada ato meu, a minha interpretação da vida. A música é uma extensão da minha morada. Musicalidade e design. A arte não está só na música, está no material gráfico que eu preparei, a essência, arte grafica e música, para mim, são complementares. Imagem e música. Equilibrio com saúde e esporte. Complementariedade de arte por toda parte. Está no meu dia a dia, o que passo pela música.
Acho que a arte começa dentro de cada um, mas a maior e melhor consequencia disso é quando ela transborda da gente e transforma-se em coletivo. Deixando de ser “eu” e passando a ser “nós”. O começo de uma maturidade musical me fez dar importância ao coletivo e repensar o sentido da minha musicalidade. E da minha vida. Essa busca resultou também no começo de um trabalho com num grupo de amigos músicos que se reunem para desenvolver um trabalho com personalidade grupal dentro de um contexto coletivo, valorizando a contribuição pessoal de cada um. Estou falando dos Animais. Estamos começando a desenvolver um show.
Meus trabalhos sempre buscam o foco no feminino. No primeiro CD houve o nascimento desse meu conceito interno e feminino com a sua natureza e conteúdo místico, sensorial. Agora no segundo trabalho solo, o “Gueixa Tropical”, criei um universo, seguindo a mesma linha do tropicalismo, mas que toma conta de si e se relaciona com o mundo externo. A história se constrói e ela acorda de um universo lúdico e virgem para um mundo em que há um duplo sentido entre a concretude, o cotidiano da vida e o imaginário que é próprio de sua natureza.
Amar a liberdade sem moldar ou tentar moldar o destino ou personalidade de cada um. Amar o novo e respeitar o diferente. Isso é modernidade.
A Gueixa tenta esconder sua realidade através de um manto lúdico, como várias vezes fazemos com nossas próprias vidas. Mas agindo assim, ela não consegue resgatar esse passado e trazê-lo para o presente, porque ela finalmente compreende que a concretude é a simbiose entre o lúdico e a própria realidade. E o caminho verdadeiro sempre é o da construção e desenvolvimento de uma vida de abundância e felicidade.
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