sábado, 12 de dezembro de 2009

Verdes Mares - José de Alencar

foto de sebastião algado. A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas: — Iracema!... O moço guerreiro, encostado ao mastro, leva os olhos presos na sombra fugitiva da terra; a espaços o olhar empanado por tênue lágrima cai sobre o jirau, onde folgam as duas inocentes criaturas, companheiras de seu infortúnio. Nesse momento o lábio arranca d’alma um agro sorriso. Que deixara ele na terra do exílio? Uma história que me contaram nas lindas várzeas onde nasci, à calada da noite, quando a Lua passeava no céu argenteando os campos, e a brisa rugitava nos palmares. Refresca o vento. Enquanto vogas assim à discrição do vento, airoso barco, volva às brancas areias a saudade, que te acompanha, mas não se parte da terra onde revoa. (“Iracema - capítulo 1” - Fundação Biblioteca Nacional)

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